Monday, 31 December 2007

EditingMySpace.com,Your one stop graphic spot

Tuesday, 25 December 2007

Tuesday, 20 November 2007

The world is mine!

Think about it...

Saturday, 17 November 2007

Wednesday, 14 November 2007

Saturday, 22 September 2007

The Wardrobe Collection - T.S.Eliot


Macavity: the mystery cat

Macavity's a Mystery Cat: he's called the Hidden Paw -
For he's the master criminal who can defy the Law.
He's the bafflement of Scotland Yard, the Flying Squad's despair:
For when they reach the scene of crime - Macavity's not there!

Macavity, Macavity, there's no one like Macavity,
He's broken every human law, he breaks the law of gravity.
His powers of levitation would make a fakir stare,
And when you reach the scene of crime - Macavity's not there!
You may seek him in the basement, you may look up in the air -
But I tell you once and once again, Macavity's not there!

Macavity's a ginger cat, he's very tall and thin;
You would know him if you saw him, for his eyes are sunken in.
His brow is deeply lined with thought, his head is highly domed;
His coat is dusty from neglect, his whiskers are uncombed.
He sways his head from side to side, with movements like a snake;
And when you think he's half asleep, he's always wide awake.

Macavity, Macavity, there's no one like Macavity,
For he's a fiend in feline shape, a monster of depravity.
You may meet him in a by-street, you may see him in the square -
But when a crime's discovered, then Macavity's not there!

He's outwardly respectable. (They say he cheats at cards.)
And his footprints are not found in any file of Scotland Yard's.

And when the larder's looted, or the jewel-case is rifled,
Or when the milk is missing, or another Peke's been stifled,
Or the greenhouse glass is broken, and the trellis past repair -
Ay, there's the wonder of the thing! Macavity's not there!

And when the Foreign Office find a Treaty's gone astray,
Or the Admiralty lose some plans and drawings by the way,
There may be a scrap of paper in the hall or on the stair -
But it's useless to investigate - Macavity's not there!

And when the loss has been disclosed, the Secret Service say:
"It must have been Macavity!" - but he's a mile away.
You'll be sure to find him resting, or a-licking of his thumbs,
Or engaged in doing complicated long-division sums.

Macavity, Macavity, there's no one like Macavity,
There never was a Cat of such deceitfulness and suavity.
He always has an alibi, and one or two to spare:
At whatever time the deed took place - MACAVITY WASN'T THERE!
And they say that all the Cats whose wicked deeds are widely known
(I might mention Mungojerrie, I might mention Griddlebone)
Are nothing more than agents for the Cat who all the time
Just controls their operations: the Napoleon of Crime!

T.S. Eliot

Sunday, 2 September 2007

Porque a publicidade...

...também pode ser uma arte!

Thursday, 23 August 2007

Céu em Fogo

William Blake (1795), Nebuchadnezzar
Aguarela sobre papel

VIII

16 Novembro 1908.

Meu Deus... meu Deus... Como hei-de suportar esta luz sem fim – inevitável e obcecante..
Ultrapassei-me em tédio. Tudo se esvaziou à minha volta... Penduraram-me os nervos numa escápula de ferro; ataram-mos numa réstia seca...
Tenho medo de mim, de triste que estou...
Passeio nas ruas, solitário – e o meu olhar, o meu próprio olhar, me fustiga...
Em vão busco ainda acompanhar-me de fantasmas...
Tudo vive esta vida ao meu redor...
Se ao menos existissem outras... Sei lá, vidas instáveis, vidas-aromas – organismos fluidos que se pudessem condensar, solidificar, e de novo evaporar...
………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
22 Novembro.

Não me engano. Deu-se ultimamente uma modificação na minha Alma. Já não a sinto da mesma forma. Divergiu em hélice... E os meus sentidos giram como rodas de cor – tômbolas de feira na minha febre...
…………………………………………………….............................................................…………………………………
Devaneios... devaneios...
Sempre em face de mim a realidade cruel: a folha branca onde escrevo – a vontade consciente que me faz escrever...
……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...

IX

Fevereiro 1909.

Enfim! Enfim! O triunfo – a Ouro o triunfo!
Como fazia mal em desesperar!
Vibro hoje apoteoses, e tudo se abateu perante o Milagre! Cerraram-se aos meus olhos redemoinhos de Asa, em pedrarias e estrelas!
Houve fogos-de-artifício de aromas.
– Que vale o resto se o quebranto me estilizou, insondável em neblina?
Não sei o que se vai seguir – o que vai ser de mim. Mas seja o meu destino qual for, terei vivido beleza – beleza enclavinhadamente a sombrio... Projectei Mistério.
Insinuei-me em Íris. Venci!
Mário de Sá-Carneiro (1915), Céu em Fogo

Think about it...

Wednesday, 22 August 2007

Teardrop



Love, love is a verb
Love is a doing word
Fearless on my breath
Gentle impulsions
Shakes me makes me lighter
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath

Nine, night of matter
Black flowers blossom
Fearless on my breath
Black flowers blossom
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my...

Water is my eye
Most faithful mirror
Fearless on my breath
Teardrop on the fire of a confession
Fearless on my breath
Most faithful mirror
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath

You're stumbling in the dark
You're stumbling in the dark

Massive Attack

Think about it...

Saturday, 18 August 2007

Horas Mortas

Vincent van Gogh (1889). The Starry Night.
Óleo sobre tela


HORAS MORTAS

O tecto fundo de oxigénio, de ar,
Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras;
Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras,
Enleva-me a quimera azul de transmigrar.

Por baixo, que portões! Que arruamentos!
Um parafuso cai nas lajes, às escuras:
Colocam-se taipais, rangem as fechaduras,
E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos.

E eu sigo, como as linhas de uma pauta
A dupla correnteza augusta das fachadas;
Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas,
As notas pastoris de uma longínqua flauta.

Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Esqueço-me a prever castíssimas esposas,
Que aninhem em mansões de vidro transparente!

Ó nossos filhos! Que de sonhos ágeis,
Pousando, vos trarão a nitidez às vidas!
Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas,
Numas habitações translúcidas e frágeis.

Ah! Como a raça ruiva do porvir,
E as frotas dos avós, e os nómadas ardentes,
Nós vamos explorar todos os continentes
E pelas vastidões aquáticas seguir!

Mas se vivemos, os emparedados,
Sem árvores, no vale escuro das muralhas!...
Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas
E os gritos de socorro ouvir, estrangulados.

E nestes nebulosos corredores
Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas;
Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas,
Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores.

Eu não receio, todavia, os roubos;
Afastam-se, a distância, os dúbios caminhantes;
E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes,
Amareladamente, os cães parecem lobos.

E os guardas que revistam as escadas,
Caminham de lanterna e servem de chaveiros;
Por cima, as imorais, nos seus roupões ligeiros,
Tossem, fumando sobre a pedra das sacadas.

E, enorme, nesta massa irregular
De prédios sepulcrais, com dimensões de montes,
A Dor humana busca os amplos horizontes,
E tem marés, de fel, como um sinistro mar!
Cesário Verde (1880)
Think about it...

Wednesday, 15 August 2007

Save Energy



Think about it...

You have the power. Save energy.



Think about it...

Génese de uma música

Aqui está a nova música de David Fonseca, "Superstars".



Mas não ficamos por aqui. Já alguma vez pensaram "como é que nasce uma música?" Pois bem, o autor/compositor/produtor/realizador/fotógrafo/... David Fonseca responde às nossas questões e explica-nos todo o processo criativo que conduz às suas obras primas.

Como nasceu esta música?




De onde vem todo este som?
(Sobre a inspiração.)




Interferências...




Outros webisódios virão, podem vê-los em primeira mão no blog do David Fonseca. Enquanto eles não chegam...


...think about it...

Tuesday, 14 August 2007

Solar Energy



Think about it...

Sunday, 12 August 2007

Miguel Torga

The Ancient of Days (God as an Architect)
William Blake (1794)




Livro de Horas

Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão em leme da nau
Nesta deriva em que vou.

Me confesso
Possesso
Das virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.

Me confesso
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas
E das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.

Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.

Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.

Me confesso de ser Homem.
De ser o anjo caído
Do tal céu que Deus governa;
De ser o monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.

Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!

Miguel Torga
(Comemora-se hoje o centenário do nascimento de
Miguel Torga.)



"O homem é, por desgraça, uma solidão:
nascemos sós, vivemos sós e morremos sós."

Think about it...

Friday, 10 August 2007

The Wardrobe Collection - Splash

(Raindrop splash and displacement of soil particles.
Source: USDA Natural Resources Conservation Service)

Splash

the illusion is that you are simply
reading this poem.
the reality is that this is
more than a
poem.
this is a beggar's knife.
this is a tulip.
this is a soldier marching
through Madrid.
this is you on your
death bed.
this is Li Po laughing
underground.
this is not a god-damned
poem.
this is a horse asleep.
a butterfly in
your brain.
this is the devil's
circus.
you are not reading this
on a page.
the page is reading
you.
feel it?
it's like a cobra. it's a hungry eagle circling the room.

this is not a poem. poems are dull,
they make you sleep.

these words force you
to a new
madness.

you have been blessed, you have been pushed into a
blinding area of
light.

the elephant dreams
with you
now.
the curve of space
bends and
laughs.

you can die now.
you can die now as
people were meant to
die:
great,
victorious,
hearing the music,
being the music,
roaring,
roaring,
roaring.


Charles Bukowski

Think about it...

Tuesday, 7 August 2007

The Wardrobe Collection - Annabel Lee

(Image taken from the CD "The Silent Force" (2004),
by Within Temptation)
Annabel Lee

It was many and many a year ago,
In a kingdom by the sea,
That a maiden there lived whom you may know
By the name of ANNABEL LEE;
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me.

I was a child and she was a child,
In this kingdom by the sea;
But we loved with a love that was more than love-
I and my Annabel Lee;
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me.

And this was the reason that, long ago,
In this kingdom by the sea,
A wind blew out of a cloud, chilling
My beautiful Annabel Lee;
So that her highborn kinsman came
And bore her away from me,
To shut her up in a sepulchre
In this kingdom by the sea.

The angels, not half so happy in heaven,
Went envying her and me-
Yes!- that was the reason (as all men know,
In this kingdom by the sea)
That the wind came out of the cloud by night,
Chilling and killing my Annabel Lee.

But our love it was stronger by far than the love
Of those who were older than we-
Of many far wiser than we-
And neither the angels in heaven above,
Nor the demons down under the sea,
Can ever dissever my soul from the soul
Of the beautiful Annabel Lee.

For the moon never beams without bringing me dreams
Of the beautiful Annabel Lee;
And the stars never rise but I feel the bright eyes
Of the beautiful Annabel Lee;
And so, all the night-tide, I lie down by the side
Of my darling- my darling- my life and my bride,
In the sepulchre there by the sea,
In her tomb by the sounding sea.


Edgar Allan Poe (1849)

Para ler a tradução deste poema feita por Fernando Pessoa, clique aqui.

(Image taken from the CD "The Silent Force" (2004),
by Within Temptation)
Think about it...

Friday, 3 August 2007

Thursday, 2 August 2007

The Wardrobe Collection - If

Graffiti encontrado numa rua de Dallas
(Fotografia da Dallas Arts Revue)


If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:

If you can dream – and not make dreams your master,
If you can think – and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings – nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And – which is more – you'll be a Man, my son!

Rudyard Kipling (1910)

The Wardrobe Collection

Depois do sucesso da "Série Pessoa" (ver posts do mês de Julho), eis que outra nova série começa neste blog. Desta feita, trata-se de uma colectânea à qual decidi chamar "The Wardrobe Collection", e que não é mais do que isso: uma colecção de poemas que tenho carinhosamente "arquivados" na parte de dentro das portas do meu roupeiro e que, a partir de agora, vou partilhar convosco.
Espero que gostem destes poemas tanto como eu!
Think about it...

Wednesday, 25 July 2007

Europe Vs. Italy

E nós? Seremos mais Europeus ou mais Italianos?


Think about it...

Tuesday, 24 July 2007

Hey, you!

Think about it...

Saturday, 21 July 2007

As fontes

"Nympheas", Claude Monet


Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser vivo e total,
À agitação do mundo irreal,
E calma subirei até às fontes.

Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.

Irei beber a luz e o amanhecer
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.


Sophia de Mello Breyner Andresen








Think about it...

Friday, 20 July 2007

Série Pessoa - Fernando Pessoa (ortónimo)

"La Méridienne", Vincent Van Gogh
(óleo sobre tela, 1889)


Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anónima viuvez,

Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.

Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida.

Ah, canta, canta sem razão !
O que em mim sente 'stá pensando.
Derrama no meu coração a tua incerta voz ondeando !

Ah, poder ser tu, sendo eu !
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso !
Ó céu ! Ó campo ! Ó canção ! A ciência

Pesa tanto e a vida é tão breve !
Entrai por mim dentro ! Tornai
Minha alma a vossa sombra leve !
Depois, levando-me, passai !

Fernando Pessoa (1914)

Think about it...

"Sexa", ou os perigos da Linguística!

-Pai...
-Hmmm?
-Como é o feminino de sexo?
-O quê?
-O feminino de sexo.
-Não tem.
-Sexo não tem feminino?
-Não.
-Só tem sexo masculino?
-É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e feminino.
-E como é o feminino de sexo?
-Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
-Mas você mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.
-O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "sexo" é masculina. O sexo masculino, o sexo feminino.
-Não devia ser "a sexa"?
-Não.
-Porque não?
-Porque não! Desculpe. Porque não. "Sexo" é sempre masculino.
-O sexo da mulher é masculino?
-É. Não! O sexo da mulher é feminino.
-E como é o feminino?
-Sexo mesmo. Igual ao do homem.
-O sexo da mulher é igual ao do homem?
-É. Quer dizer... Olha aqui. Tem o sexo masculino e o sexo feminino, certo?
-Certo.
-São duas coisas diferentes.
-Então como é o feminino de sexo?
-É igual ao masculino.
-Mas não são diferentes?
-Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, não muda a palavra.
-Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.
-A palavra é masculina.
-Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculina seria "o pal..."
-Chega! Vai brincar, vai.
O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:
-Temos que ficar de olho nesse guri...
-Por quê?
-Ele só pensa em gramática.

Luís Fernando Veríssimo, Comédias para se ler na escola.
Think about it... :)

Thursday, 19 July 2007

Mudar, é preciso!

Think about it...

Série Pessoa - Alberto Caeiro


"A shepherdess and her flock", Charles Jacque
(óleo sobre tela)

X

«OLÁ, GUARDADOR de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?»

«Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?»

«Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memória e de saudades
E de cousas que nunca foram.»

«Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.»

Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos (1911-12)


Think about it...

Série Pessoa - Álvaro de Campos

"O Grito" (1893), Edvard Munch
(óleo, têmpera e pastel em cartão)



Lisbon Revisited

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!


Álvaro de Campos (1923)







Think about it...

Wednesday, 18 July 2007

Amnistia Internacional


Think about it...

Série Pessoa - Ricardo Reis





Ricardo Reis, 14-02-1933
Think about it...

Tuesday, 17 July 2007

Série Pessoa - Bernardo Soares

"Inacabado", Isabel Castillo
(óleo sobre tela)


"Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia."
Bernardo Soares, O Livro do Desassossego, trecho 152.



Com estas palavras de Bernardo Soares, dou início àquela a que decidi chamar a "Série Pessoa", que integrará alguns dos meus (muitos) trechos preferidos da obra de Fernando Pessoa e seus heterónimos. Pessoa é sempre um bom ponto de partida para momentos de reflexão e introspecção, portanto...



... think about it...

Wednesday, 11 July 2007

For my sister...




Orchestral Suite No.3, BWV.1068 (J.S.Bach)

How's this for cult?


Think about it...

Saturday, 30 June 2007

The Raven

"The Raven", by Edgar Allan Poe, as seen on The Simpson's Halloween special.


Think about it...

Sunday, 17 June 2007

Where is the love?

Think about it...

Friday, 18 May 2007

Bareavement poem

Do not stand at my grave and weep,
I am not there, I do not sleep.

I am a thousand winds that blow.
I am the diamond glint on snow.
I am the sunlight on ripened grain.
I am the gentle autumn rain.

When you wake in the morning hush,
I am the swift, uplifting rush
Of quiet birds in circling flight.
I am the soft starlight at night.

Do not stand at my grave and weep.
I am not there, I do not sleep.
Do not stand at my grave and cry.
I am not there, I did not die!

Mary Frye (1932)
Think about it...

How to save a life

Step one - you say "we need to talk"
He walks, you say "sit down, it's just a talk"
He smiles politely back at you
You stare politely right on through
Some sort of window to your right
As he goes left and you stay right
Between the lines of fear and blame
And you begin to wonder why you came

Where did I go wrong? I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

Let him know that you know best
'Cause, after all, you do know best.
Try to slip past his defense
Without granting innocence.
Lay down a list of what is wrong,
The things you've told him all along,
And pray to God he hears you
And pray to God he hears you

Where did I go wrong? I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

As he begins to raise his voice
You lower yours and grant him one last choice:
Drive until you lose the road,
Or break with the ones you've followed.
He will do one of two things:
He will admit to everything,
Or he'll say he's just not the same
And you'll begin to wonder why you came

Where did I go wrong? I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life


The Fray


Think about it...

Thursday, 5 April 2007

Hard Times

"It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of Light, it was the season of Darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to Heaven, we were all going direct the other way--in short, the period was so far like the present period, that some of its noisiest authorities insisted on its being received, for good or for evil, in the superlative degree of comparison only."

Charles Dickens, A Tale of Two Cities


Acho que hoje em dia se trata do oposto... vivemos em tempos em que o superlativo já não faz sentido, porque tudo é relativo, tudo é moderado...

Think about it...

Sunday, 1 April 2007

As fontes

Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser vivo e total,
À agitação do mundo irreal,
E calma subirei até às fontes.

Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.

Irei beber a luz e o amanhecer
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.


Sophia de Mello Breyner Andresen

Think about it...

Saturday, 31 March 2007

And a new blog is born

E assim nasce um novo blog, nesta nova era em que vivemos, em que com a facilidade de um click conseguimos aceder, partilhar, publicar, ... aquilo que quisermos.
Incluirei neste blog aquilo que me faz reflectir, aquilo que me faz parar para pensar, tirar uns momentos à correria do quotidiano. A maioria não será, provavelmente, de minha autoria, mas estarão sempre identificados os autores (não quero que me acusem de plágio!).
Não tenho, neste momento, a mais pequena ideia acerca de quem visitará este blog, se é que alguém o fará. No entanto, a quem cá chegar - por curiosidade ou mesmo por engano - espero que o resultado lhe agrade.
É pena que hoje em dia tenhamos que interromper conscientemente a rotina a que nos habituámos para termos um momento de introspecção, mas não devemos nunca deixar de parar e apenas...

Think About It...

Goodnight, Moon













Think about it...