Ultrapassei-me em tédio. Tudo se esvaziou à minha volta... Penduraram-me os nervos numa escápula de ferro; ataram-mos numa réstia seca...
Tenho medo de mim, de triste que estou...
Passeio nas ruas, solitário – e o meu olhar, o meu próprio olhar, me fustiga...
Em vão busco ainda acompanhar-me de fantasmas...
Tudo vive esta vida ao meu redor...
Se ao menos existissem outras... Sei lá, vidas instáveis, vidas-aromas – organismos fluidos que se pudessem condensar, solidificar, e de novo evaporar...
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Devaneios... devaneios...
Sempre em face de mim a realidade cruel: a folha branca onde escrevo – a vontade consciente que me faz escrever...
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Enfim! Enfim! O triunfo – a Ouro o triunfo!
Como fazia mal em desesperar!
Vibro hoje apoteoses, e tudo se abateu perante o Milagre! Cerraram-se aos meus olhos redemoinhos de Asa, em pedrarias e estrelas!
Houve fogos-de-artifício de aromas.
– Que vale o resto se o quebranto me estilizou, insondável em neblina?
Não sei o que se vai seguir – o que vai ser de mim. Mas seja o meu destino qual for, terei vivido beleza – beleza enclavinhadamente a sombrio... Projectei Mistério.
Insinuei-me em Íris. Venci!